Conhecer o espaço em que se vive significa manter certo domínio sobre ele. Para muitas espécies, o domínio do espaço é essencial – é o caso da espécie humana. Para dominar o espaço imediato, os primeiros grupos humanos procuravam aprofundar seus conhecimentos sobre ele, explorando-o e registrando, em cascas de árvores e paredes de cavernas, por meio de desenhos, o que de mais importante encontravam. Eram os primeiros mapas. Hoje, temos inúmeros instrumentos facilitadores do trabalho de conhecer o espaço e tomar decisões sobre ele – este enorme avanço foi fruto dessa preocupação e desse desejo.
Cabe à cartografia escolar, por intermédio do professor de geografia, introduzir o aluno no mundo dos mapas, explicando-lhe as bases fundamentais, as simbologias, a utilidade e a magia. Com isso, pode-se despertar nele o interesse por esses verdadeiros textos em desenhos, riquíssimas fontes abstratas de conhecimentos, dos quais ninguém deveria abrir mão.
A proposta que permeia este livro diz respeito à diversidade de representações cartográficas que podem integrar o cotidiano das escolas. Não se pode desenvolver habilidades de leitura e interpretação dos mapas, de seus belos e úteis textos impressos em desenhos, sem conhecer seus códigos.
Esse domínio, por sua vez, será alcançado mais facilmente com a intimidade adquirida ao longo dos anos de contato com esse material. É fundamental, portanto, encontrar no mapa do nosso estado onde se localiza nosso município, ou, ainda, ser capaz de identificar no mapa topográfico a colina em que fica nossa casa. Assim, os mapas são verdadeiramente nossos.